Leitura Indispensável – O Retrato de Dorian Gray

Dando continuidade a série de indicações de leituras indispensáveis, o título de hoje é o clássico O Retrato de Dorian Gray, romance filosófico do escritor e dramaturgo Oscar Wilde. No Brasil a obra já foi publicada várias vezes por diferentes editoras e com diferentes capas e é um fenômeno da cultura literária. O escritor destaca como temas e elementos principais o Esteticismo, Duplicidade moral e o Hedonismo, a narrativa de sexologia apresenta o esteticismo como uma abstração absurda, que decepciona mais do que dignifica o conceito de beleza ao longo da história.

A folha de rosto da edição de 1891 da Ward Lock & Co. de O Retrato de Dorian Gray

Versão de Oscar Wilde para o mito faustiano da perda da alma em troca dos prazeres mundanos, “O retrato de Dorian Gray” é um relato de decadência moral e punição, exemplo do humor cáustico e refinado de seu autor.


Resumo: Dorian Gray é um belo e ingênuo rapaz retratado pelo artista Basil Hallward em uma pintura. Mais do que um mero modelo, Dorian Gray torna-se inspiração a Basil em diversas outras obras. Devido ao fato de todo seu íntimo estar exposto em sua obra prima, Basil não divulga a pintura e decide presentear Dorian Gray com o quadro. Com a convivência junto a Lorde Henry Wotton, um cínico e hedonista aristocrata muito amigo de Basil, Dorian Gray é seduzido ao mundo da beleza e dos prazeres imediatos e irresponsáveis, espírito que foi intensificado após, finalmente, conferir seu retrato pronto e apaixonar-se por si mesmo. A partir de então, o aprendiz Dorian Gray supera seu mestre e cada vez mais se entrega à superficialidade e ao egoísmo. O belo rapaz, ao contrário da natureza humana, misteriosamente preserva seus sinais físicos de juventude enquanto os demais envelhecem e sofrem com as marcas da idade. 

O retrato de Dorian Gray é o meio pelo qual as outras pessoas, como seu amigo Basil Hallward, podem ver a alma distorcida de Dorian

O Retrato de Dorian Gray publicado em julho de 1890 pela “Lippincott’s Monthly Magazine”.

Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista mensal Lippincott’s Monthly Magazine,os editores temiam que a história fosse indecente, e sem o conhecimento de Wilde, suprimiram cinco centenas de palavras antes da publicação. Apesar da censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública. Wilde revisou e ampliou a edição de revista de O Retrato de Dorian Gray (1890) para uma publicação como um romance; a edição do livro (1891) que contou com um prefácio aforístico — uma apologia sobre a arte do romance e do leitor.   

Informações extras e curiosidades
  • Você sabia que existe uma síndrome caracterizada como  A síndrome de Dorian Gray?  O termo é uma alusão ao livro, que é caracterizado pela preocupação em excesso a própria aparência e a dificuldades de aceitação com o envelhecimento natural. Aqueles que sofrem da síndrome de Dorian Gray são usuários de uma grande quantidade de cosméticos e procedimentos médicos numa tentativa de preservar a aparência de juventude.
  • Dorian atende uma encenação de Tannhäuser, de Richard Wagner, e a narrativa identifica Dorian com o protagonista da ópera. A beleza perturbadora e a semelhança temática entre a ópera e O Retrato de Dorian Gray. Com base em uma figura histórica medieval, Tannhäuser é um cantor cuja arte é tão bonita que Vênus se apaixona por ele.
  • Sobre o herói literário, o autor Oscar Wilde disse: “em cada primeiro romance o herói é o autor como Cristo ou Fausto”. Como a lenda de Fausto, em O Retrato de Dorian Gray, uma tentação (a beleza sem idade) é colocada antes do protagonista, que se entrega. Em cada história, o protagonista seduz uma mulher bonita para amá-lo, e em seguida, destrói sua vida. No prefácio do romance (1891), Wilde disse que a noção por trás do conto é “velha na história da literatura”, mas era um assunto temático para qual havia “dado uma nova forma”.
  • Como consequência da dura crítica da edição de revista do romance, as revisões textuais de O Retrato de Dorian Gray incluíram um prefácio em que Wilde aborda as críticas e defende a reputação de seu romance.
  • O prefácio foi publicado na edição de 1891 do romance; no entanto, até junho de 1891, Wilde estava defendendo O Retrato de Dorian Gray contra as acusações de ser um mau livro.
  • A narrativa conta com 5 produções cinematográficas de mesmo nome, sem contar as várias menções ou inserções do Personagem Dorian Gray em outros filmes e séries, como em Penny Dreadful.
    Personagem de Dorian Gray interpretado pelo Ator Reeve Carney na série Penny Dreadful.

     

    Postado por Dany Poynter

Fontes: Skoob/Wikipedia

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