Dando continuidade a série de indicações de leituras indispensáveis, o título de hoje é o clássico O Retrato de Dorian Gray, romance filosófico do escritor e dramaturgo Oscar Wilde. No Brasil a obra já foi publicada várias vezes por diferentes editoras e com diferentes capas e é um fenômeno da cultura literária. O escritor destaca como temas e elementos principais o Esteticismo, Duplicidade moral e o Hedonismo, a narrativa de sexologia apresenta o esteticismo como uma abstração absurda, que decepciona mais do que dignifica o conceito de beleza ao longo da história.
Versão de Oscar Wilde para o mito faustiano da perda da alma em troca dos prazeres mundanos, “O retrato de Dorian Gray” é um relato de decadência moral e punição, exemplo do humor cáustico e refinado de seu autor.
Resumo: Dorian Gray é um belo e ingênuo rapaz retratado pelo artista Basil Hallward em uma pintura. Mais do que um mero modelo, Dorian Gray torna-se inspiração a Basil em diversas outras obras. Devido ao fato de todo seu íntimo estar exposto em sua obra prima, Basil não divulga a pintura e decide presentear Dorian Gray com o quadro. Com a convivência junto a Lorde Henry Wotton, um cínico e hedonista aristocrata muito amigo de Basil, Dorian Gray é seduzido ao mundo da beleza e dos prazeres imediatos e irresponsáveis, espírito que foi intensificado após, finalmente, conferir seu retrato pronto e apaixonar-se por si mesmo. A partir de então, o aprendiz Dorian Gray supera seu mestre e cada vez mais se entrega à superficialidade e ao egoísmo. O belo rapaz, ao contrário da natureza humana, misteriosamente preserva seus sinais físicos de juventude enquanto os demais envelhecem e sofrem com as marcas da idade.
O retrato de Dorian Gray é o meio pelo qual as outras pessoas, como seu amigo Basil Hallward, podem ver a alma distorcida de Dorian
Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista mensal Lippincott’s Monthly Magazine,os editores temiam que a história fosse indecente, e sem o conhecimento de Wilde, suprimiram cinco centenas de palavras antes da publicação. Apesar da censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública. Wilde revisou e ampliou a edição de revista de O Retrato de Dorian Gray (1890) para uma publicação como um romance; a edição do livro (1891) que contou com um prefácio aforístico — uma apologia sobre a arte do romance e do leitor.
Informações extras e curiosidades
- Você sabia que existe uma síndrome caracterizada como A síndrome de Dorian Gray? O termo é uma alusão ao livro, que é caracterizado pela preocupação em excesso a própria aparência e a dificuldades de aceitação com o envelhecimento natural. Aqueles que sofrem da síndrome de Dorian Gray são usuários de uma grande quantidade de cosméticos e procedimentos médicos numa tentativa de preservar a aparência de juventude.
- Dorian atende uma encenação de Tannhäuser, de Richard Wagner, e a narrativa identifica Dorian com o protagonista da ópera. A beleza perturbadora e a semelhança temática entre a ópera e O Retrato de Dorian Gray. Com base em uma figura histórica medieval, Tannhäuser é um cantor cuja arte é tão bonita que Vênus se apaixona por ele.
- Sobre o herói literário, o autor Oscar Wilde disse: “em cada primeiro romance o herói é o autor como Cristo ou Fausto”. Como a lenda de Fausto, em O Retrato de Dorian Gray, uma tentação (a beleza sem idade) é colocada antes do protagonista, que se entrega. Em cada história, o protagonista seduz uma mulher bonita para amá-lo, e em seguida, destrói sua vida. No prefácio do romance (1891), Wilde disse que a noção por trás do conto é “velha na história da literatura”, mas era um assunto temático para qual havia “dado uma nova forma”.
- Como consequência da dura crítica da edição de revista do romance, as revisões textuais de O Retrato de Dorian Gray incluíram um prefácio em que Wilde aborda as críticas e defende a reputação de seu romance.
- O prefácio foi publicado na edição de 1891 do romance; no entanto, até junho de 1891, Wilde estava defendendo O Retrato de Dorian Gray contra as acusações de ser um mau livro.
- A narrativa conta com 5 produções cinematográficas de mesmo nome, sem contar as várias menções ou inserções do Personagem Dorian Gray em outros filmes e séries, como em Penny Dreadful.
Postado por Dany Poynter
Fontes: Skoob/Wikipedia